Web Summit Rio 2023 maio 3, 2023
ChatGPT vai substituir o jornalismo? 10 reflexões sobre o tema

Esse foi um daqueles debates que todo mundo está curioso para saber a resposta. Qual será nosso futuro com o ChatGPT, principalmente no jornalismo. A discussão envolveu nomes de peso como Laura Bonilla, editora chefe da AFP para a América Latina, Greg Williams, diretor editorial global da Wired, Paula Mageste, CEO das Edições Globo Condé Nast, e Steve Clemons, Editor e fundador da Semafor no palco principal do Web Summit Rio.
Uma primeira pergunta lançada à plateia foi: quem vê o ChatGPT como amigo ou inimigo? Vários olhares demonstravam dúvidas no rosto das pessoas. É uma incógnita e ao mesmo tempo a pergunta de milhão.
A discussão foi ampla e resolvi colocar algumas das 10 principais reflexões acerca do tema.
ChatGPT e jornalismo
- Se perguntarmos ao ChatGPT “você vai acabar com o jornalismo?”, teremos uma resposta muito próxima a “como modelo de inteligência artificial não tenho como acabar com nada. O jornalismo é uma ferramenta importante para a sociedade, e cabe a seus profissionais fazer um trabalho de alta qualidade a população”.
- Os painelistas do debate entendem que o ChatGPT contribuirá bastante na automação de alguns trabalhos e que poderão ser delegadas à inteligência artificial. Porém, importante ressaltar que para o jornalista a precisão da informação é muito importante e o lado humano/profissional deverá checar se está tudo correto antes de ser replicado à sociedade.
- Nossos legisladores ainda não são especialistas nesse tema e leis precisarão ser criadas para regular esse universo de IA para que o compromisso com a ética e a verdade sejam colocados em prática para nos proteger como sociedade.
- O jornalista precisará ser cada vez mais especializado e não parar de estudar, isso significa que o aprendizado contínuo é de extrema importância e o que garantirá que a máquina não nos substitua.
- A Inteligência Artificial não entrega dois ingredientes importantes dos humanos – uma opinião (ponto de vista) e a subjetividade, e isso faz toda a diferença no papel do comunicador.
- Outro ponto que a máquina não fará por nós é a abordagem das fontes para direcionar as perguntas corretas e construir uma boa entrevista.
- A máquina falha como nós, seres humanos, e nesse ponto estamos bem equiparados.
- A IA pode tornar a visão das pessoas mais estreita e o jornalismo e seus profissionais estão aí para ampliar a discussão de temas que são relevantes à sociedade.
- Se as pessoas utilizarem o ChatGPT para produzirem conteúdo e isso acarretar plágio, como tudo isso será fiscalizado? Ainda é uma incógnita a respeito.
- Os jornalistas precisam brigar sempre por aquilo que o verdadeiro jornalismo significa para a sociedade: informação de credibilidade e apurada.
Uma coisa é certa, a presença do humano junto às máquinas é de extrema importância para trazer a análise crítica e a qualidade daquilo que será produzido. Se o jornalismo vai acabar com a Inteligência Artificial? Para o momento a pergunta precisa ser diferente: como o jornalista e a AI construirão grandes projetos em parceria?
‘[ChatGPT] has no relationship with the truth. The only thing it cares about is if it can pass what it’s saying or what it’s producing off as something that might be relatively similar to what a human being might say’ – @GregWilliams718 on ChatGPT in journalism 🗞️ pic.twitter.com/eVJGAuacKK
— Web Summit Rio (@WebSummitRio) May 3, 2023
Fotos: Piaras Ó Mídheach/Web Summit Rio