A explosão da inteligência artificial nos últimos dois anos abriu novas possibilidades criativas para a sociedade. No entanto, o próximo passo para essa evolução dependerá muito de fortes proteções de privacidade, criptografia e verificação criptográfica. Assim defende Chelsea Manning, ex-militar americana que ganhou notoriedade ao vazar documentos secretos para o WikiLeaks e falou sobre o tema no Web Summit Rio.

“As ferramentas de criptografia serão vitais para evitarmos a desinformação. Um das coisas que a inteligência artificial não conseguirá ultrapassar é a criptografia”, sentenciou Chelsea ao tratar sobre AI e a necessidade urgente de banirmos as deep fakes.

Cibersegurança, privacidade e AI

Como uma forte privacidade de dados pode levar a uma IA melhor? E a criptografia poderia democratizar a governança e o acesso à IA?  Chelsea afirma que há soluções e tecnologias já em desenvolvimento que contribuem para uma vida online mais ética e segura nas próximas décadas.

“As pessoas não precisam entender de criptografia ou cibersegurança para se protegerem. Se as soluções forem voltadas para a experiência do usuário, as pessoas vão usar e se sentirão bem por usar essas ferramentas”, afirmou. “O brasileiro é um povo que está se habituando a utilizar ferramentas de segurança, assim como os asiáticos”.

Sobre como vislumbra um futuro em que a inteligência artificial e a privacidade terão de conviver e trabalhar juntas, Chelsea Manning foi otimista. “Com as mudanças climáticas e nossa conscientização sobre seus impactos, seremos mais capazes de utilizar as tecnologias para nos ajudar a enfrentar isso como sociedade”.

“Technologists have a responsibility to say that this technology is not good; that it’s going to cause potential harm.” – @xychelsea joined us live on Center Stage to discuss the next decade of the internet. pic.twitter.com/zYYPtVFwiq

— Web Summit Rio (@WebSummitRio) May 2, 2023

Fotos: Piaras Ó Mídheach/Web Summit Rio