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Comunicação e Mídias SociaisTendências janeiro 13, 2025

Economia Prateada e a Nova Geração de Consumo

Midiaria Essencialmente integrada

Escrito por Midiaria Essencialmente integrada

Tempo de leitura 6 min

Economia Prateada e a Nova Geração de Consumo

A população mundial está envelhecendo. Segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas), em 2024, cerca de 588 mil pessoas vivas no planeta comemoraram seu 100º aniversário. Para se ter uma ideia, nos anos 1990, foram apenas 92 mil. O grande salto ocorrido nos últimos 30 anos deve-se a uma série de fatores.

Com melhores tratamentos de saúde e medicamentos, uma alimentação cada vez mais saudável e acessível, e condições de vida mais vantajosas, estamos vivendo um aumento considerável na expectativa e na qualidade de vida. Ainda segundo dados da ONU, uma pessoa nascida em 1960 (quando os dados começaram a ser coletados) tinha uma expectativa de vida de cerca de 52 anos. Hoje, seis décadas depois, a média global é de 73 anos. A previsão é que, em 2050, essa média seja de 77 anos.

Estamos vivendo mais e melhor, e isso gera um novo padrão de consumo. A população permanece ativa por mais tempo e, com isso, busca cada vez mais ser vista enquanto consumidora ativa. Surge, então, a chamada “economia prateada”. Mas será que o setor de comunicação está preparado para essa mudança? Com quem estamos conversando e que tipo de linguagem estamos usando?

O que é Economia Prateada?

O termo foi criado para um público consumidor cada vez mais ativo: os 50+. Como mencionamos anteriormente, a sociedade tem vivido mais e de forma mais saudável. Com isso, a população mais madura tem se tornado uma importante tomadora de decisões e agente de consumo.

Para se ter uma ideia, segundo dados do SEBRAE: “A economia prateada é considerada a terceira maior atividade econômica do mundo, movimentando mundialmente US$ 7,1 trilhões anualmente, e esses dados revelam uma grande oportunidade para o e-commerce. Nos Estados Unidos, por exemplo, metade da população entre 52 e 70 anos passa pelo menos 11 horas por semana on-line.”

Por aqui, não é diferente. No mesmo artigo, vemos que “o consumo de produtos e serviços por pessoas dessa faixa etária é responsável por movimentar R$ 2 trilhões por ano no Brasil, segundo a consultoria Data8. Esse público responde por 23% do consumo de bens e serviços, com uma renda anual estimada em R$ 940 bilhões.”

Observando as 5 Tendências Comerciais de 2025, percebemos uma preocupação cada vez maior com uma vida mais saudável e mais focada no autocuidado. Com isso, a população vive mais e melhor. Também identificamos a tendência de consumidores mais conscientes, que, por serem mais velhos, refletem mais antes de tomar decisões importantes.

Um Mundo de Oportunidades

Por muito tempo, a geração 50+ foi esquecida pelo mercado, especialmente no que se refere ao e-commerce. Muitos deles eram considerados resistentes ao uso de tecnologias, principalmente em relação às compras. O que não se leva em consideração é que, nessa idade, as prioridades mudam, assim como o uso da renda pessoal. Além disso, com um envelhecimento mais saudável, muitas pessoas continuam a trabalhar, quando antigamente já teriam se aposentado. Esses dois fatores, entre muitos outros, são responsáveis por um aumento expressivo no poder aquisitivo e nas necessidades de consumo dessa faixa etária.

Segundo dados do portal Meio & Mensagem: “Hoje, 63% dos negócios têm os millennials como alvo, e, a cada 10 consumidores brasileiros acima de 55 anos, 4 sentem falta de produtos e serviços voltados para eles.”

Um novo tipo de consumidor exige, naturalmente, novas formas de produzir e comunicar. Estamos vivendo a era da Economia de Bem-estar. E o que isso significa? Os jovens estão cada vez mais preocupados com um envelhecimento saudável. Já para os mais maduros, há a necessidade de um estilo de vida que lhes proporciona mais energia e vigor.

Cria-se aí uma janela de oportunidades, não só no comércio, mas também na comunicação. Estamos acostumados a criar uma comunicação focada nos jovens—tudo que acontece aqui e agora—pensando nos hábitos e interesses de quem está entrando no mercado de trabalho. Embora este seja um nicho de atuação válido, é importante lembrar que ele não representa o todo.

Como Fazer essa Nova Comunicação?

Estamos diante de um mercado novo, interessado em consumir e com poder aquisitivo. Então, como se comunicar com a geração 50+?

É importante escolher bem o público-alvo. Quando você faz escolhas mais segmentadas, fala diretamente com quem tem interesse no que você oferece. Muitas vezes, se comunicar com as pessoas corretas funciona muito mais do que tentar abranger todo mundo.

Fuja dos estereótipos. O que nós conhecíamos como idosos não reflete os seniores  dos dias de hoje. Eles estão cada vez mais ativos e saudáveis e precisam de uma comunicação que reflita isso.

Promova uma comunicação adaptada e inclusiva. Invista em um design que foque nas diversas necessidades de cada público, como letras maiores e até cores mais contrastantes. Simplifique a jornada de compra e pense na responsividade com leitores automáticos, como a Alexa.

Incluir a economia prateada na comunicação não só é uma estratégia comercial, mas também faz parte do nosso papel como comunicadores. Em pesquisa feita pela FleishmanHillard, “72% dos idosos entrevistados disseram que foi identificado certo despreparo nas lojas, e outros 65% disseram que não acreditam na adequação das marcas para atender suas necessidades.”

Os profissionais responsáveis pela comunicação das marcas e empresas precisam estar sempre atentos, não só ao que o mercado pede, mas também às demandas de seus consumidores. Assim, a mensagem é passada de forma mais efetiva e as vendas se multiplicam! Além disso, conhecer com quem você está falando ajuda na criação de uma identidade estratégica de marca. Fica mais fácil definir o tom de voz se você sabe quem deveria estar te ouvindo. Parece simples, mas faz toda a diferença.

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