Inteligência artificial maio 14, 2025
Revolução da IA nos negócios: insights de especialistas no Estadão Summit

O Estadão Summit Tecnologia e Inovação foi palco de um debate fascinante sobre o impacto transformador da Inteligência Artificial no mundo dos negócios. O painel “Os Negócios Impulsionados pela IA” reuniu especialistas de diversas áreas para desmistificar o hype e explorar as oportunidades reais que a IA oferece. Moderado por Bruno Romani, editor do Link do Estadão, o painel contou com as valiosas contribuições de Anderson Soares (UFG), Ivo Mosca (Febraban), Luis Liguori (AWS) e Roberto Frossard (Itaú Unibanco). A discussão permeou desde a evolução histórica da IA até as aplicações práticas e o futuro promissor dessa tecnologia.
Maturidade da IA: uma jornada contínua de transformação
Bruno Romani iniciou a conversa traçando um paralelo entre a trajetória da Inteligência Artificial e uma banda de garagem que ascendeu ao estrelato. Essa analogia ressaltou como a IA, antes uma promessa distante, hoje ocupa o centro do palco da inovação empresarial. Anderson Soares complementou essa visão, enfatizando que a IA “acelerou um processo que já dura décadas, que é o da transformação digital”. Ele destacou que a facilidade de implementação da IA está diretamente ligada à maturidade digital dos setores, com varejo e finanças liderando essa adoção no Brasil, enquanto áreas como agronegócio e saúde ainda engatinham nesse processo.
IA como ciência aplicada: ponte entre academia e empresas
A expertise de Anderson Soares como coordenador científico do Centro de Excelência em Inteligência Artificial da UFG trouxe uma perspectiva crucial sobre a importância da pesquisa aplicada. Ele mencionou os contratos ativos com 71 empresas, de startups a grandes corporações, ilustrando como a academia está cada vez mais conectada com as demandas do mercado, gerando soluções de IA tangíveis e relevantes para os negócios.
Visão da nuvem: AWS e a democratização da IA
Luis Liguori, da Amazon Web Services, reforçou o caráter abrangente da IA, afirmando que “é para todas as indústrias, em todos os tamanhos de empresas, pequeno, médio, startup, setor público, setor privado, então é para todo mundo, não tem volta”. Ele categorizou as aplicações da IA em três áreas principais: experiência do cliente, produtividade e eficiência operacional, apresentando exemplos práticos e impactantes de clientes da AWS, incluindo a própria Amazon (com seu assistente de compras aprimorado por IA) e casos de otimização de obsolescência de sistemas que geraram economias significativas em tempo e recursos.
Setor financeiro na vanguarda da inovação com IA
Ivo Mosca, da Febraban, detalhou a longa história de investimentos do setor financeiro em Inteligência Artificial, desde 2014 com a ascensão dos chatbots. Ele apresentou dados impressionantes sobre a rápida adoção da IA generativa pelos bancos brasileiros, com 82% das instituições testando ou implementando a tecnologia em 2024. Mosca destacou os ganhos em eficiência operacional (com instituições reportando um ganho médio de 11% nos processos) e a transformação na modelagem de crédito, reduzindo o tempo de desenvolvimento de modelos de 15 dias para apenas dois minutos. A visão de um “gerente 24 horas por dia” proporcionado pela IA generativa também sinaliza uma mudança radical no atendimento ao cliente.
Compromisso do Itaú com a pesquisa aplicada em IA
Roberto Frossard, superintendente de tecnologias emergentes do Itaú Unibanco, apresentou o Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) do banco como um exemplo concreto do investimento em pesquisa aplicada. Com mais de 80 pesquisadores e parcerias com instituições de renome internacional como MIT e Stanford, o ICT busca acelerar o impacto de tecnologias emergentes, incluindo a IA. Frossard enfatizou a crença do Itaú de que a velocidade de adoção e o impacto dessas tecnologias serão cada vez mais rápidos, exigindo uma mudança cultural nas empresas.
Futuro da Interação: a ascensão dos agentes de IA
A menção de Luis Liguori à possível eleição de “agente de IA” como a palavra do ano de 2025 pelo Oxford Dictionary abriu uma janela para o futuro da interação homem-máquina. Essa discussão, que seria aprofundada na palestra de João Moura (Cru AI), sugere uma nova era de assistentes virtuais mais autônomos e inteligentes, capazes de realizar tarefas complexas e transformar a forma como interagimos com a tecnologia.
O painel “Os Negócios Impulsionados pela IA” no Estadão Summit Tecnologia e Inovação ofereceu uma visão abrangente e perspicaz sobre o presente e o futuro da Inteligência Artificial no cenário empresarial. Ao desmistificar o hype e apresentar casos práticos de aplicação, os especialistas demonstraram o potencial real da IA para impulsionar a inovação, aumentar a eficiência e transformar a experiência do cliente.
A crescente colaboração entre a academia e as empresas, juntamente com o investimento contínuo em pesquisa e desenvolvimento, sinaliza um futuro promissor onde a IA desempenhará um papel cada vez mais central na economia brasileira e global.