EspeciaisWeb Summit 2022 novembro 2, 2022
Metaverso e a verdade sobre nossa sociedade virtual
“Já estamos no metaverso há milênios”. Assim defende Herman Narula, autor do livro Virtual Society: The metaverse and the new frontiers of human experience e CEO da Improbable. Em sessão no Web Summit 2022, Narula discutiu a base filosófica do metaverso e por que isso importa. Ele argumenta que a história do metaverso remonta a milhares de anos e, enquanto outros no espaço acreditam que podemos (e iremos) construir o metaverso, estamos construindo o metaversos há milênios.
“O metaverso não é uma inovação, é a nossa realidade há muitos anos”, disse Narula. “Há 30 anos de pesquisas que comprovam que estamos sempre em busca de acolhimento e o metaverso e as tecnologias que o envolvem nos ajudam nesse desafio”.
Metaverso: lugar seguro e democrático
Em seu livro, Herman Narula defende que o metaverso é o local onde nos sentimos seguros e podemos ser quem queremos e realmente somos. “Com os avatares e o metaverso, temos lugares onde não importa seu gênero, sua religião e suas escolhas. Podemos ser mais humanos no metaverso se soubermos utilizá-lo”.
Philip Rosedale, fundador e conselheiro do Second Life – realidade virtual lançada no início dos anos 2000 -, também esteve na sessão. “O metaverso é uma maneira de manter a internet viva. Hoje, quando estamos conectados, geralmente estamos sozinhos. Com o metaverso, temos a oportunidade de estarmos acompanhados”.
No entanto, Rosedale alertou para alguns riscos. “Há oportunidades e riscos com o metaverso. Precisamos separar nossa vida real e a vida que levamos no virtual, pois ela pode ser uma grande ilha”, afirmou. “O grande problema e desafio do metaverso é não exacerbar o que considero uma questão nascida há 15 anos, quando as grandes empresas de tecnologia focaram em anúncios personalizados. Esse é o risco que corremos com o metaverso”.
Para os dois especialistas, outra questão importante para o desenvolvimento da realidade virtual é que ainda não há tecnologia suficiente que nos permita reconhecer em detalhes a comunicação corporal em um avatar. “Isso ainda nos incomoda como humanos”, comentou Rosedale.