A crescente popularidade do formato podcast estimula a geração de novos modelos de negócios baseados em todos os estágios de produção e distribuição desse tipo de conteúdo. É um novo mercado que envolve desde designers para a criação de logos e artes de capa, a desenvolvedores de sites, editores para captação e/ou edição dos episódios, e produtores de conteúdo nas redes sociais do programa.

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“A podosfera cresce muito e se mantém bastante unida, seja para oferecer serviços, montar pautas e produzir gravações”, comentou Thais Finotto, integrante do PQPcast e criadora do PodProcura, um perfil no Twitter em que as pessoas podem divulgar seus serviços para podcasters.

A podosfera cresce muito e se mantém bastante unida, seja para oferecer serviços, montar pautas e produzir gravações.

Ela identificou essa oportunidade ao perceber a utilização massiva dos produtores de podcasts nessa rede social.  “Minha ideia é estabelecer um canal entre fornecedores e podcasters em busca de serviços para ajudar na produção dos seus episódios”, explica a empreendedora. Além disso, o perfil serve também como espaço para quem está procurando especialistas com conhecimentos específicos para gravar programas temáticos.

Ativo desde março de 2017, o PodProcura ainda não conta com um modelo estruturado de monetização, mas Thais enxerga a possibilidade de vender espaço publicitário por meio de posts pagos. Ela pensa também em utilizar essa ferramenta colaborativa para se estabelecer como influenciadora digital. “Mais para frente, posso usar o PodProcura como um case de sucesso, o que permitirá oferecer palestras e consultoria sobre a mídia”, vislumbra.

Outro empreendedor que viu na podosfera uma oportunidade de sucesso é Eduardo Baião, desenvolvedor do aplicativo WeCast. Criada em 2013, a ferramenta permite a distribuição e assinatura dos canais de podcasts com um aditivo: é possível apresentar referências visuais na medida que o ouvinte consome o conteúdo.

“Por ser uma experiência puramente auditiva, muitas vezes eu não tinha uma referência visual sobre os assuntos que eram discutidos. Por exemplo: não lembrava quem era um determinado ator ou diretor apenas pelo nome. Nessa hora, eu pensei: ‘não seria legal poder ver imagens, textos e links relacionados com os tópicos discutidos nos episódios?’”, conta.

Não seria legal poder ver imagens, textos e links relacionados com os tópicos discutidos nos episódios?

A ferramenta está à venda na Play Store e disponível gratuitamente na Apple Store, numa versão que oferece o desbloqueio de recursos mediante a pagamento. “Recentemente lançamos também um plugin que permite aos ouvintes ter essa experiência do WeCast diretamente no site dos podcasters. Talvez isso possa ganhar alguma forma de monetização no futuro, via anúncios não-invasivos”, almeja.

Apesar do negócio ainda não gerar lucro, Baião vê com esperança o desenvolvimento em volta da mídia em áudio sob demanda. “Percebo que o mercado tem aumentado gradativamente, com programas e canais surgindo todos os dias. Inclusive, já temos profissionais, principalmente na área da edição de áudio, que conseguem viver apenas de podcasts”, festeja.

Já temos profissionais, principalmente na área da edição de áudio, que conseguem viver apenas de podcasts.

Esse é o caso de Leonardo Amaro, fundador do estúdio Aerolitos. O empreendedor fundou sua empresa em 2015, após o fim de seu próprio podcast. “Depois de três anos estudando sobre edição e produzindo meu próprio material, conclui que era capaz de fazer isso profissionalmente. Hoje, vivo integralmente da renda obtida com esse negócio”, evidencia.

Para Amaro, um dos principais fatores de sucesso dessa empreitada está na popularização do inbound marketing. “Há uma crescente onda de investimento das empresas em conteúdo para seu público, com a preocupação de oferecer qualidade e garantir assertividade. Nesse sentido, o podcast é um dos mais beneficiados, criando cada vez mais demanda para editores”, diz.

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