Especiais abril 3, 2019
LGPD: Os impactos da nova lei no marketing digital
Quando o assunto é a regulamentação das políticas de uso de dados, o panorama atual evidencia o surgimento de novas tendências globais, inclusive no Brasil. “Concordo”, “Nunca me inscrevi para essa lista de e-mail” ou “Quero sair” ganham um novo peso frente ao governo brasileiro e devem ser respeitados por empresas que captam dados de seus usuários e prospects.
Para Fernanda Nones, advogada especialista em lei de proteção de Startups, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), lei 13.709/2018, afetará as estratégias de marketing das empresas brasileiras na captação de novos clientes. “O objetivo da implementação da LGPD no Brasil é proteger o usuário e evitar vazamentos de dados pessoais como nos casos da Uber, Yahoo e até mesmo a venda, como no caso do Facebook e Cambrigde Analytica”, afirma. Ainda de acordo com a especialista, o usuário acredita na boa fé da empresa ao passar as informações visando melhora na sua experiência, não querendo ser importunado o todo tempo.
Fernanda destaca que mesmo com a nova rigidez da LGPD, algumas ações de marketing saem fortificadas, como o Inbound Marketing e o marketing de conteúdo. “A nova lei passa a ser atrativa para o consumidor, as pessoas têm a vontade de tornar a sua experiência mais agradável e compartilhar seus dados, porém elas se sentem melhor quando têm confiança na empresa. Caso ela se sinta lesada, optará pelo concorrente, falará mal da sua empresa, além de incentivar boicotes a qualquer tipo de produto relacionado com você”, enumera.
Para evitar ainda problemas com a LGPD, Fernanda ainda destacou que os profissionais da área de marketing têm que se atentar a 5 pontos:
Obter consentimento: o lead tem que optar por engajar com seu material, consentindo abertamente em passar seus dados para você;
Coletar apenas o necessário: os dados pedidos pela empresa ao usuário devem ser estritamente necessários para funções comerciais. Caso a empresa peça o número de telefone, o contato telefônico deve fazer parte de seu fluxo de vendas.
Ser transparente: o usuário deve saber o que está sendo coletado e como os dados serão utilizados;
Não use os dados como bem entender: toda mudança de política interna da empresa com relação aos dados deve passar por um novo consentimento do usuário;
Respeite o livre acesso: os dados, antes de serem da empresa, são do consumidor. Caso ele opte por baixar, modificar ou excluir esses dados, é um direito dele.