EspeciaisWeb Summit 2022 novembro 3, 2022
Marketing 2023: executivos apostam investimento nas Américas e orçamento no digital
Um das sessões mais esperadas do terceiro dia do Web Summit 2022 – ao menos do ponto de vista dos empresários e profissionais de marketing – trouxe uma certa apreensão da plateia. “2023 e 2024 serão anos difíceis”. Sir Martin Sorrell, Founder & Executive Chairman da S4 Capital, e Julia Goldin, Global Chief Product & Marketing Officer da The Lego Group, protagonizaram o palco principal na sessão Marketing 2023.
Sorrell foi enfático em dizer que os próximos anos serão de recessão global, levando empresas a serem bastante estratégicas em seus investimentos em marketing. “Os próximos 10 anos serão bastante dinâmicos, principalmente quando olhamos para as relações da China com o mundo, o que está acontecendo na Rússia e no restante da Europa”, listou o executivo.
O alento ficou por conta da fala de Julia. “2023 será um ano em que as empresas precisarão demonstrar seu valor. Bebês continuarão nascendo, casamentos acontecendo e outras demandas da sociedade, mas vamos priorizar aquilo que enxergamos valor”.
Na visão da executiva da Lego, o digital continuará crescendo (com investimentos das empresas na ordem de 65% dos orçamentos de marketing). “A expansão do digital vem oferecendo muitas oportunidades, mas não podemos dispensar o engajamento fora dos ambientes virtuais”, alertou, fazendo menção ao varejo físico e às ações de marketing em campo.
Sorrell concordou com a colega e foi além. “Américas do Sul e do Norte ganharão notoriedade e importância no cenário global em 2023. Focar em digitalizacão em áreas de crescimento, como América do Sul, será o melhor para empresas que querem crescer no próximo ano”.
Marketing 2023 e dados
Ainda como tendência e importância para o marketing 2023, Julia Goldinn recomendou que as empresas olhem para os dados. “Data analytics será um grande apoio para as estratégias de marketing. Marcas como Lego estão navegando nas redes sociais buscando formas de personalizar a experiência do consumidor”.
De maneira geral, a representante da Lego acredita que é primordial que os orçamentos de marketing sejam distribuídos de forma a contemplar um mix de ações e canais. “Acredito que a questão não é onde você vai apostar, mas como você vai distribuir seu orçamento e estratégia pelos canais de contato com o consumidor”.
Questionados sobre o metaverso e as oportunidades desse cenário virtual, os dois foram otimistas. “Vejo que o metaverso será explorado ao máximo, com milhares de comunidades ao mesmo tempo. Só precisamos ter certeza que o metaverso será desenhado também para as crianças, de forma segura, desde o começo. A questão é privacidade, segurança e liberdade”, alertou Goldinn.
“Para o metaverso, vejo um crescimento exponencial para treinamentos, setor de healthcare e gaming nos próximos 5 ou 10 anos”.