Web Summit Rio 2025 abril 29, 2025
It’s All About Science: a nova era da inteligência artificial e da computação híbrida

Durante o Web Summit Rio, Patricia Florissi, diretora técnica do OCTO (Office of the CTO) da Google Cloud, apresentou dados sobre como a inteligência artificial (IA) está moldando o presente e o futuro.
Patrícia contou a respeito da evolução dos modelos de IA até a chegada da era “agêntica”, o papel dos hipercomputadores e da computação quântica nesse novo cenário.
Multimodalidade: IA imersa no mundo em diversas as formas
Segundo Patricia, vivemos atualmente a era da multimodalidade — a capacidade dos modelos de IA de compreender e processar diferentes tipos de dados como texto, imagem, som e vídeo simultaneamente. Um exemplo é o Gemini, o modelo mais avançado da Google, capaz de gerar uma receita a partir da foto de um bolo ou criar uma imagem a partir de uma descrição escrita.
Essa transformação é baseada em dois pilares:
- IA moderna, que percebe e compreende o mundo de forma multimodal.
- Poder computacional, necessário para que isso aconteça em larga escala.
De IA passiva à IA Agêntica
A inteligência artificial deixou de ser passiva — apenas respondendo a comandos — para se tornar ativa e planejadora, com capacidade de agir por conta própria. Entramos, assim, na era agêntica: uma nova geração de agentes de IA, baseados em modelos como o Gemini, capazes de raciocinar, aprender com interações e tomar decisões.
Patricia comparou essa evolução a uma máquina em que os LLMs (Large Language Models) são o motor, e o Agente AI é o sistema completo. Essa combinação permite automatizar tarefas complexas, personalizar estratégias e resolver problemas com mais inteligência e autonomia.
O diferencial da IA de hoje é o raciocínio interno. Com os ThinkModels, como o Gemini 2.5 Pro, os modelos são treinados para refletir antes de responder, melhorando a precisão e a eficiência.
Esses sistemas não são conscientes, mas são projetados para inferir, analisar contextos e gerar resultados mais inteligentes.
O futuro híbrido: computação clássica + computação quântica
Além da IA generativa, o próximo salto vem da integração entre computação clássica e computação quântica. A computação quântica utiliza qubits, capazes de representar múltiplos estados ao mesmo tempo, permitindo resolver problemas que levariam milhares de anos em sistemas tradicionais.
A expectativa é que 2025, declarado o Ano Internacional da Ciência e Tecnologia Quântica, marque avanços fundamentais em áreas como:
- Meteorologia.
- Biotecnologia (moléculas).
- Exploração sustentável de minerais.
- Desenvolvimento de novos materiais.
Hipercomputadores e o Papel da Escala
A Google construiu uma arquitetura de nuvem altamente integrada, baseada em anos de experiência com IA em escala global. Essa estrutura está disponível para pesquisadores e desenvolvedores através da plataforma Bettex AI, possibilitando a criação de soluções inovadoras com modelos como o GNI.
A IA por si só é poderosa, mas são os hipercomputadores que garantem a escala e a capacidade de transformar a ciência.
Compromisso com o Brasil: formação em IA e Nuvem
A Google anunciou o compromisso de treinar mais de um milhão de brasileiros em Inteligência Artificial e Cloud Computing nos próximos anos. Essa iniciativa visa preparar a população para alavancar a IA de forma eficaz, impulsionando inovação e desenvolvimento econômico.
A fala de Patricia Florissi conclui com um convite à ação: a verdadeira transformação acontece quando a tecnologia encontra a expertise das pessoas. O futuro da IA não é solitário, é colaborativo, e será construído em conjunto por empresas, cientistas, desenvolvedores, startups e a sociedade como um todo.
“Se há uma coisa para lembrar dessa palestra é: it’s all about science.”