O papel da inteligência artificial na transformação digital foi um dos temas do palco dedicado às inovações corporativas no primeiro dia de conteúdo do Web Summit Rio 2024. Os três especialistas ouvidos pela jornalista Fabiana Corrêa, editora da Forbes Brasil, foram unânimes em dizer que a IA deve servir as corporações, e as pessoas desde o início da jornada na digitalização de processos e negócios.

A Inteligência Artificial tem o poder de agir na transformação digital das empresas?

Roberto Mameli, Chief Technology Officer (Product Technology) da Sympla, relatou que há anos a plataforma  utiliza inteligência artificial para beneficiar os organizadores de eventos. “Nossa plataforma oferece aos produtores de eventos um motor de produção de conteúdo para que eles aperfeiçoem a descrição de seus eventos. Isso ajuda o produtor a ter mais insights e fazer que seu evento seja mais efetivo na mensagem que quer passar. Toda a cadeia de produção de conteúdo dentro da Sympla conta com IA”, disse o executivo, nitidamente um entusiasta das novas tecnologias.

Há mais de uma década auxiliando empresas na jornada da transformação digital, a Globant compartilhou como a Disney já faz uso da IA para ofertar uma melhor experiência para o visitante, assim como outras grandes corporações que estão de olho na melhoria de serviços e otimização de processos. “Estamos utilizando IA nas soluções para nossos clientes, mas isso é pouco. Temos utilizado inteligência artificial em nossos processos de recrutamento e performance de times. Isso nos ajuda a aumentar nosso lucro e a maneira como trabalhamos”, disse Sebastian Miserendino, Chief Technology Officer for Latin America da Globant.

Inteligência artificial, integração de sistemas e pessoas

Outra grande player da transformação digital no mundo, a Orange Business aponta para uma jornada de transformação dos negócios pragmática e também orquestrada com outras demandas das empresas contemporâneas. “A jornada começa quando temos um norte sobre como a inteligência artificial vai nos auxiliar em cada uma das etapas entregues ao nosso cliente. Nem tudo serve para todos, por isso é importante ter clareza sobre privacidade, segurança de dados e facilidade na integração de sistemas”, alertou Gustavo Braz, Executive Director da Orange Business.

Para o executivo, as soluções de IA existentes hoje não devem ser pulverizadas para todas as empresas de forma uniforme. “É importante customizar as soluções, caso contrário, haverá falhas. Precisamos pensar nas pessoas também, porque no final a inteligência artificial deve servir às pessoas”, defendeu ele, alinhado com o discurso da empresa europeia.

Na mesma cadência, Sebastian mencionou a ética como mais um ponto a ser considerado na jornada de transformação digital com inteligência artificial. “Precisamos ser super transparentes em como utilizamos IA. Essa é uma responsabilidade de nossa empresa. Prezamos por diversidade, ética e evolução dessa inteligência com base em um manifesto escrito há mais de dez anos”, afirmou o executivo da Globant.

Leia o manifesto da inteligência artificial da Globant neste link.

“Precisamos deixar os robôs e a inteligência artificial trabalharem por nós enquanto nos dedicamos ao que realmente importa em nossas vidas para melhorarmos como sociedade” – Gustavo Braz, Executive Director, Orange Business