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Comunicação e Mídias Sociais fevereiro 15, 2017

Facebook Journalism Project: um novo capítulo na história da imprensa

Kleber Pinto

Escrito por Kleber Pinto

Tempo de leitura 4 min

Facebook Journalism Project: um novo capítulo na história da imprensa

Depois de repetir em várias ocasiões que o Facebook é apenas uma empresa de tecnologia, o criador da rede social Mark Zuckerberg parece finalmente perceber o impacto do seu site enquanto canal de comunicação, principalmente por toda a onda de notícias falsas e desinformação espalhada por lá em 2016.

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Diante disso, no último dia 11 de janeiro, a empresa anunciou o Facebook Journalism Project, uma série de programas, ferramentas e até cursos para amenizar os ânimos da imprensa em relação à rede social. As medidas são um começo da busca por um meio-termo com os jornalistas, que vêm reclamando há alguns anos da propagação absurdamente rápida de informações falsas no Facebook, que tem atrapalhado e afetado a credibilidade dos veículos de comunicação.

Tudo o que foi anunciado ainda está em estado inicial de desenvolvimento, mas em todas as suas frentes, o Journalism Project pede ajuda aos jornalistas e oferece uma oportunidade de inovação nessa área, evidenciando o papel do Facebook como parceira e não concorrente.

O maior problema do jornalismo no Facebook também está em pauta no Journalism Project: a propagação de informações falsas. A rede social já lançou um programa de trabalho conjunto com uma empresa verificadora de fatos – a Poynter’s International Fact Checking Code of Principles – para identificar notícias inverídicas, além de desenvolver maneiras mais fáceis e práticas dos usuários denunciarem esse tipo de conteúdo. Como foi dito no anúncio oficial do projeto: “Esse problema é muito maior do que em qualquer outra plataforma e é importante que todos nós trabalhemos juntos para minimizar seu alcance”.

Outro exemplo está no plano de aprofundar as relações com os meios de comunicação, que prevê a reformulação de ferramentas já disponíveis (como o Instant Articles, as transmissões ao vivo e em 360 graus) e a criação de novas, se necessário (está em pauta, inclusive, a elaboração de uma “revista” no Instant Articles, com as notícias mais relevantes para cada usuário, vindas dos veículos mais lidos por eles), tudo pensando em manter o interesse do público em ler notícias – e beneficiando os veículos com isso.

Há também a intenção de incentivar o jornalismo independente, dando apoio a jornais e revistas locais, e a criação de novos meios de assinatura de conteúdo por meios interativos. Além da organização de hackatons periódicas para identificar problemas, trazer soluções e novas ideias.

Se sua percepção é de que tudo o que foi descrito até agora está um pouco vago, é proposital: como disse antes, essas iniciativas estão em estágio inicial e ainda levará um tempo até serem todas colocadas em prática. No momento, as únicas partes do projeto melhor estabelecidas são os cursos online para jornalistas, que já existem, mas serão expandidos para nove idiomas e, em breve, também passarão a emitir certificado. Como complemento, há planos para ampliar essa capacitação em larga escala, inclusive em parceria com outras instituições.

O Facebook Journalism Project é ambicioso e complexo, porém extremamente interessante. Se tudo o que foi planejado sair do papel, pode render inovações significativas para o jornalismo e, dependendo da relevância dada ao projeto e o engajamento de ambas as partes, uma nova fase pode se iniciar para a imprensa.

A única certeza que se tem no momento, diante de tudo isso, é que será um dia feliz quando deixarmos de ver absurdos como “CNN confirma que Hillary bêbada espancou Bill Clinton no dia da eleição” sendo compartilhados por aí como se fossem reais e passarmos a ver notícias realmente relevantes ganhando espaço nas timelines.