Branding maio 22, 2020
O cuidado que as marcas devem ter no mundo pós-pandemia
A pandemia da Covid-19 mudou os hábitos das pessoas e de marcas em uma escala global. O branding que deve balizar as ações das marcas precisa se adaptar ao momento. Distanciamento social, home office e resiliência fazem parte da nova rotina das empresas e de seus colaboradores.
Em um momento com tantas incertezas e de mudanças drásticas, as marcas devem passar ressignificação, reforçando ou encontrando um novo propósito, além de conseguir se comunicar da maneira adequada com o mercado.
Não é apenas vender, é oferecer algo mais
As marcas estão com um dilema nas mãos. Diversas empresas não possuem capital de giro para ficar semanas sem novos negócios e são obrigadas a vender para manter suas operações. Lucas Lima, diretor de marca e relacionamento da midiaria.com, ressalta que as empresas devem avaliar a jornada de seus clientes. “Entender profundamente o comportamento do consumidor é essencial, assim como saber o que ele valoriza ou não, e como ele decide por uma compra”.
Nathany Bergamasco, especialista em branding, acredita que as empresas têm que entender e reconhecer o momento. “Não é a hora apenas de vender por vender. As marcas devem, antes de tudo, apoiar seu consumidor durante esse momento de angústia”. Ela ainda afirma que o cliente não comprará sem uma necessidade clara. “A marca deve entender que essa não é a hora de seu produto/serviço, mas sim do seu propósito. É necessário avaliar o que mais pode ser agregado ao cliente, além do serviço.”
Em concordância, Lima ainda destacou a pesquisa da Inova Consulting, que apresentou um cenário de como será o mundo que surgirá ao final dessa pandemia. “Nenhum de nós será o mesmo quando a pandemia acabar, já que o mundo não será mais o mesmo”, afirma.
A força das redes sociais
Que as redes sociais servem para aproximar as pessoas de seus familiares e amigos, ninguém duvida. Mas seu papel vai muito além de servir como uma ponte entre pessoas e empresas. Ela ditará como cada marca deve seguir na elaboração do seu plano de ação.
“A marca tem que escutar as redes sociais, identificar e interpretar a dor de seu cliente, para encontrar a solução”, afirma Nathany. Ela ainda ressalta que será diferencial para as empresas aproveitar esse momento para aperfeiçoar o feedback nas redes, revisitar suas ações e entender como são elas são vistas no mercado.
Já Lima acredita que os dados das redes sociais servirão para colocar planejamento, discursos e ações em consonância. “Ter esse tipo de informação consolidada é primordial para a empresa, já que permite encurtar o caminho para chegar até um ato de compra de produto”, diz.
Relações públicas e a “startuptização” das marcas
Outro ponto debatido pelos especialistas é como as relações públicas seriam capazes de resguardar as marcas de maneira mais rápida e como podem levar a ações de recuperação.
“Diversas empresas não possuíam um plano de ação para esse tipo de cenário ou qualquer outro. Quando surgiu a situação emergencial, tiveram que criar uma diretriz do zero para continuarem em operação”, pontua Lucas Lima. Ele destaca ainda que as empresas perderam um tempo precioso por não possuir um material que as guiasse, tanto de maneira interna com seus colaboradores quanto com seu consumidor final.
Já Nathany ressalta que faltou às grandes marcas agirem como startups e terem um protocolo rápido de resposta. “As startups possuem protocolos de crise e gerenciamento para diversas situações e ações digitais. Elas serão as primeiras a reagirem”.
Lucas Lima ainda aproveitou para destacar como o trabalho com influenciadores e imprensa será fundamental para a retomada do novo normal. “É uma maneira mais rápida de fazer com que a mensagem chegue ao seu público-alvo. Manter esse canal de relacionamento ativo e sempre aberto ajudará na disseminação e no posicionamento que a marca adotou durante o período da pandemia”, finaliza.