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Web Summit Rio 2025 abril 30, 2025

Como a Globo reinventou a maneira de contar histórias nos maiores eventos do planeta

Tatiana Franco

Escrito por Tatiana Franco

Tempo de leitura 4 min

Como a Globo reinventou a maneira de contar histórias nos maiores eventos do planeta

Paulo Rabello, Chefe de Tecnologia da Cadeia de Suprimentos de Mídia da Globo, compartilhou no Web Summit Rio como a tecnologia pode reinventar a maneira como contamos histórias — especialmente quando se trata de cobrir um dos maiores eventos do planeta: os Jogos Olímpicos.

Foram quatro grandes requisitos que norteavam o desafio da Globo para cobrir os Jogos Olímpicos de Paris — todos pensados para oferecer uma experiência multimídia única aos brasileiros, de qualquer tela, a qualquer hora.

1. Uma cobertura multiplataforma robusta

A Globo precisava garantir 250 horas de conteúdo olímpico em 19 dias, distribuídas por quatro plataformas: TV aberta (TV Globo), TV por assinatura (SporTV), canais digitais e streaming (Globoplay). O objetivo? Não perder nenhum momento importante — especialmente com atletas brasileiros.

Enquanto a TV aberta priorizou a emoção da torcida e o enredo humano dos atletas, o Globoplay disponibilizou 44 sinais simultâneos cobrindo todas as modalidades olímpicas, mesmo aquelas sem brasileiros em disputa. Esgrima, hipismo, levantamento de peso — tudo estava ao alcance de um clique.

 

2. Mais de 100 especialistas em ação

Para enriquecer a cobertura, a Globo mobilizou 106 narradores e comentaristas. Com um time tão diverso, foi possível garantir explicações técnicas, emocionais e culturais sobre os esportes, muitas vezes desconhecidos do grande público.

A equipe foi distribuída entre estúdios e transmissões ao vivo, garantindo conteúdo de qualidade em todas as frentes.

 

3. Levar Paris até o brasileiro

A ideia não era só transmitir esporte, mas também encantar o público com a atmosfera parisiense. A cobertura trouxe um mergulho cultural: gastronomia, pontos turísticos e curiosidades sobre a cidade-luz.

Tudo isso foi cuidadosamente integrado aos programas para criar uma sensação de imersão — como se o telespectador estivesse caminhando pela Champs-Élysées entre uma prova e outra.

 

4. Transmitir como se estivéssemos lá

A Globo sonhava em montar seu estúdio aos pés da Torre Eiffel. Mas por limitações logísticas e de segurança, isso foi impossível.

A solução? Trazer Paris para o Rio. E foi aí que a mágica — e a tecnologia — aconteceram.

 

Quando a realidade virtual entra em cena

Com apenas 54 credenciais entre os 26 mil pedidos globais aceitos para a cobertura presencial em Paris, a Globo adotou uma estratégia ousada: criar uma réplica digital da cidade luz direto de um estúdio no Rio de Janeiro.

Usando um estúdio de 400 m² com painéis de LED conectados a câmeras em movimento, a Globo recriou o cenário parisiense com um nível de realismo impressionante.

A tecnologia empregada mesclou ferramentas da indústria de games e telecomunicações, permitindo sincronizar imagens com ângulos de câmera em tempo real — criando a ilusão perfeita de que os apresentadores estavam mesmo na capital francesa.

 

A realidade aumentada como ferramenta de explicação

 

Para esportes menos populares no Brasil, como ginástica artística e skate, a Globo apostou na realidade aumentada.

Um exemplo marcante foi quando a ex-ginasta Daiane dos Santos usou um painel para simular, ao vivo, a manobra que a atleta Rebeca Andrade poderia realizar na trave. Era análise técnica com didatismo e emoção — tudo ao alcance do espectador.

 

E no skate… um salto visual

Um dos momentos mais comentados nas redes sociais foi o uso da tecnologia no skate. A transmissão explicou em detalhes manobras complexas que, a olho nu, passam rápido demais.

Com zoom, slow motion e gráficos interativos em 3D, foi possível entender o que os juízes avaliavam e, de quebra, aprender mais sobre o esporte.

 

Inovação que inspira

O projeto rendeu à Globo reconhecimento e prêmios — fruto do investimento em inteligência artificial, realidade aumentada e, sobretudo, criatividade.

Segundo Paulo Rabello, o segredo foi unir diferentes ferramentas de diversos setores — do entretenimento à engenharia — e colocar tudo a serviço de uma única missão: contar histórias com alma, emoção e tecnologia de ponta.

A Globo mostrou que, um bom storytelling reimagina novas realidades, transformando o ordinário em extraordinário.