No estande Brasil, realizado pela APEX, no Web Summit Lisboa 2024, Phillip Kovener, Diretor de Tendências e Inovação na Alemanha, apresentou o ecossistema de startups alemão e as oportunidades que ele oferece para empresas internacionais. Kovener destacou o compromisso da Alemanha com a inovação, ressaltando que o país, mesmo sendo conhecido pela sua burocracia, está investindo em programas que facilitam a entrada de startups estrangeiras. Em sua fala, ele enfatizou que o setor corporativo alemão está sedento por novas ideias e tecnologias, criando uma tensão produtiva entre a estrutura tradicional e as demandas de inovação.

A iniciativa chamada Digital Hub Initiative é uma peça-chave nessa estratégia. Kovener explicou que a Alemanha criou uma rede de 25 hubs digitais espalhados pelo país, cada um focado em uma área específica, como Fintech em Frankfurt e logística marítima em Hamburgo. Esses hubs conectam startups com empresas já estabelecidas, criando um ambiente de colaboração onde corporações como BMW e Audi trabalham lado a lado com startups para desenvolver novas tecnologias e soluções. Esse ecossistema oferece um apoio significativo para startups internacionais, permitindo que entrem no mercado alemão de forma mais acessível, sem a necessidade de um escritório físico imediato.

Startups internacionais

Uma característica diferenciada do programa é que ele permite que startups internacionais se tornem membros virtuais dos hubs, possibilitando uma conexão inicial com investidores, parceiros e clientes potenciais. Isso significa que uma startup pode “testar as águas” do mercado alemão sem um compromisso físico. Segundo Kovener, essa é uma vantagem valiosa para startups que desejam explorar o mercado europeu, mas ainda não têm clientes ou capital para uma operação física. Ao se tornar um membro virtual, a startup tem acesso a eventos de co-inovação, oportunidades de colaboração e apoio na formação de uma base de clientes.

O programa é gratuito, o que reforça o interesse estratégico da Alemanha em atrair inovação estrangeira. Kovener destacou que a economia alemã precisa de inovação para se manter competitiva e, por isso, vê nas startups internacionais uma maneira de garantir o futuro de seus setores industriais. Segundo ele, o governo e as grandes empresas entendem que, apesar dos custos iniciais de suporte às startups, a longo prazo, o país se beneficiará com a renovação de ideias e tecnologias que essas novas empresas trazem.

Por fim, Kovener afirmou que o programa também ajuda startups alemãs a testarem mercados internacionais, levando-as para eventos globais como o Web Summit em Lisboa e o South by Southwest nos Estados Unidos. Essa reciprocidade entre o apoio a startups locais e a atração de internacionais cria um ecossistema econômico robusto, aberto à colaboração e com potencial de crescimento sustentável. Essa iniciativa alemã representa um avanço significativo na criação de um mercado diversificado, onde a inovação e a tecnologia são incentivadas por meio de parcerias estratégicas, mantendo a Alemanha na vanguarda econômica global.