Comunicação e Mídias Sociais janeiro 6, 2012
Álcool e e-commerce: se for beber, não clique em “comprar”
O consumo de álcool está associado à diversão, ao fumo, à comida, e ao consumo online. Pelo menos em alguns países. Um recente artigo do The New York Times aponta que os norte-americanos têm feito mais compras pela internet quando abusam dos drinques.
O site de compras Kelkoo confirmou ao jornal que metade de seus usuários no Reino Unido já clicou em “finalizar compra” depois de encher a cesta. Tudo sob o efeito do álcool.
Outros representantes do e-commerce internacional afirmaram que não há como saber se os clientes realmente estão bêbados quando navegam em suas lojas virtuais. Mas há indícios segundo os padrões de tráfego e a ressaca seguida de um pedido de devolução de produto. Assim atestaram os portais eBay, Gilt Groupe e a Channel Advisor, que administra as operações comerciais de centenas de sites. Outras possíveis explicações:
- maior volume de encomendas acontece entre 21h e meia-noite, durante ou depois da happy hour;
- facilidade de acesso à loja virtual pelo smartphone;
- uso do cartão de crédito no pagamento;
- “compra por impulso” é dada como justificativa de devolução do produto.
Ainda não há estudo que revele se essa realidade se aplica ao Brasil, mas vamos refletir:
- um levantamento do Ministério da Saúde em 2011 aponta que o consumo excessivo de bebidas alcoólicas passou de 16,2% para 18% da população;
- 96% dos internautas brasileiros já fizeram alguma compra virtual em 2011, segundo a E-Bit;
- 62,4% dos internautas alegaram a comodidade da compra em alguns cliques como principal razão para compras online (consultoria OH!Panel);
- as vendas de smartphones no Brasil cresceram 165% no primeiro semestre de 2011, segundo a Nielsen;
- 59,7% dos internautas brasileiros admitiram fazer compras por impulso (dados de 2011 da Fecomércio Minas).
“É preciso compreender a entrada do varejo virtual nos hábitos de consumo dos brasileiros. Existe sim a compra por impulso (pela internet), mas não há a satisfação imediata do produto desejado pelo consumidor, devido ao prazo de entrega”, explica Gilberto Strunck, autor do livro “Compras por Impulso”, em entrevista ao site da Exame.
A logística pode até ser um fator considerável na compra por impulso. No entanto, um celular com acesso à internet na mão, um cartão de crédito no bolso e algumas rodadas de cerveja a mais podem influenciar no clique “comprar”, não?