Comunicação e Mídias SociaisInteligência artificial maio 30, 2023
5 reflexões sobre o futuro da mídia digital
“Quase todo mundo concorda que estamos no fim de uma era para a mídia digital, com muitas das maiores empresas de mídia digital, inclusive nós, sendo forçadas a se adaptar a um novo mundo”.
Esta é a conclusão que o grande nome por trás de um dos maiores conglomerados digitais dos EUA, e do mundo, chegou sobre as transformações que o segmento vem enfrentando. E se isso parece preocupante, imagine que mesmo entre profissionais desse nível de atuação, ainda não há qualquer consenso sobre o que nos espera em um futuro próximo das mídias digitais.
Ainda assim, há quem se arrisque em antecipar alguns movimentos. E nós gostaríamos de compartilhar com você, para que essa discussão ganhe cada vez mais força.
O fim da Era Digital – ao menos, como a conhecemos
Amy Webb, CEO da Future Today Institute, apresentou seu relatório anual no South By Southwest (SXSW), um dos mais conhecidos festivais de inovação do planeta, revelando as possíveis causas do “fim da internet” como a conhecemos, nos próximos anos. A Inteligência Artificial (IA) lidera a lista, mas Amy também abordou tópicos esquecidos, como Metaverso e Web3, desafiando o público a refletir sobre as ações necessárias para cada setor. Os principais pontos abordados foram:
É a internet que busca você:
Desde os anos 1990, as pessoas compartilham informações na web, gerando dados sobre comportamentos e preferências. Agora, a internet está se tornando ativa, procurando os usuários em vez de esperar por suas buscas.
Tudo é informação: a evolução da IA e o uso de dados:
A inteligência artificial (IA) e ferramentas como machine learning estão evoluindo rapidamente, permitindo que as empresas obtenham informações íntimas dos usuários, como seu odor natural. Esses dados podem ser usados para o bem ou para fins perigosos. O uso agressivo de mineração de dados pode resultar em uma busca por informações que não atendem aos nossos desejos reais.
O papel das big techs:
Grandes empresas de tecnologia, como Google e Amazon, dominam a infraestrutura necessária para o desenvolvimento de ferramentas de IA. A estrutura tecnológica exigida, como processadores poderosos e armazenamento em nuvem robusto, além do uso de ferramentas como o algoritmo de aprendizado de máquina, está além da capacidade de muitas empresas. No entanto, esforços estão sendo feitos para tornar essas tecnologias mais acessíveis, embora o monopólio das grandes empresas ainda persista.
Desafios educacionais:
Para aproveitar ao máximo a IA, é fundamental adaptar o modelo educacional e preparar profissionais para essa nova realidade. Atualmente, o uso de ferramentas como o ChatGPT é limitado em escolas e empresas, mas Amy acredita que é necessário aprender a usá-las adequadamente para preparar profissionais adaptados ao futuro.
Previsões envolvendo o futuro da mídia digital
O futuro da internet está em constante evolução e compreender as principais tendências é essencial para navegar por esse novo cenário. A própria Amy Webb nos lembra de que não podemos prever o futuro, mas devemos nos preparar para o que está por vir.
Dito isto, consideramos pensar no que nos aguarda em breve, após a ruptura com o cenário atual, que parece inevitável. Foi assim que chegamos às previsões para o futuro da mídia digital, segundo o Fundador e CEO do BuzzFeed, Jonah Peretti.
1. O retorno das homepages de notícias
Os feeds de mídia social têm sido inundados por notícias negativas e os leitores estão buscando uma fuga para encontrar entretenimento, alegria e diversão. É por isso que estamos presenciando um ressurgimento das páginas iniciais de notícias com curadoria editorial, como HuffPost, Drudge e CNN.com. Essas plataformas estão proporcionando um espaço em que as pessoas podem desfrutar de conteúdo de entretenimento, sem que as notícias negativas interfiram. O aumento no número de visualizações de página do HuffPost é um sinal de que essa tendência já está ganhando força. A ideia de “encontrar as pessoas onde elas estão” está perdendo relevância, pois as audiências desejam ter mais controle sobre como e quando consomem notícias.
2. O entretenimento ganha a Internet
Em contrapartida à tendência anterior, a internet e as plataformas sociais voltarão a ser lugares divertidos, em que brigas, toxicidade e guerras culturais serão deixadas de lado em silos fragmentados. O entretenimento popular prevalecerá e o sucesso das maiores plataformas será medido pela diversão que proporcionam aos usuários. Nesse sentido, os negócios de conteúdo mais lucrativos e sustentáveis serão aqueles focados em entretenimento. Por meio de cobertura de tendências, formatos interativos de IA e colaboração com criadores, diversos portais têm tornando a internet um lugar mais divertido.
3. Creators formam alianças com empresas de mídia
Apesar da tendência de os criadores seguirem seus próprios caminhos, estamos em um ponto de inflexão em que a colaboração entre criadores e empresas de mídia será fundamental para se destacar nas grandes plataformas e atrair investimentos dos principais anunciantes. Os criadores, por si só, podem ficar sobrecarregados, sem uma comunidade estabelecida e sem uma maneira de demonstrar sua confiabilidade e relevância. Por outro lado, as empresas de mídia tendem a perder voz e identidade. A união entre esses dois grupos soluciona esses problemas.
4. A IA vai acabar com os conteúdos mais tradicionais
Jonah Peretti acredita que a IA generativa terá um papel significativo na eliminação do conteúdo estático em um futuro próximo. As audiências começarão a esperar que todo o conteúdo seja personalizado, interativo, dinâmico e incorporado com inteligência artificial. Os formatos tradicionais e convenções da indústria de mídia precisarão ser atualizados ou correrão o risco de parecer obsoletos diante dessa revolução da IA.
5. Momentos culturais conquistam participação de mercado
No cenário digital, os momentos culturais terão uma participação cada vez maior no mercado. Uma porcentagem significativa dos orçamentos de publicidade será direcionada para a relevância cultural associada a esses grandes momentos. Os profissionais de marketing precisam desses momentos para alcançar efetivamente seus públicos-alvo e fortalecer suas marcas. No entanto, se planejar para esses momentos no ecossistema digital é um desafio. São poucos os parceiros capazes de oferecer uma combinação de alcance e relevância cultural em um único pacote.
Se puderem se adaptar, marcas conhecidas com grandes audiências serão mais beneficiadas se e quando essas previsões se tornarem realidade. Saímos da era do crescimento fácil para as startups de mídia. É mais difícil construir novas marcas e públicos à medida que a mídia se fragmenta, as notícias se tornam mais isoladas, os criadores definem a voz das empresas de mídia e a IA leva à proliferação de novos formatos de mídia personalizados.
À medida que o “novo mundo” da mídia digital continua a evoluir, é essencial que as empresas se adaptem às mudanças e se posicionem estrategicamente para prosperar nesse cenário em constante transformação.
Na midiaria.com, estamos comprometidos em ajudar as empresas a navegar por essas transições e capitalizar as oportunidades que surgem. Não hesite em nos contatar caso o objetivo de sua empresa seja crescer em um mundo cada vez mais digital.